quarta-feira, 31 de agosto de 2016

FC Porto inaugura centro oftalmológico detectando 12 erros de arbitragem e 1 remate à baliza do Sporting


Na sequência do recente e inesperado surto de hiper-visão que parece ter irrompido no Estádio do Dragão, responsáveis e comentaristas afectos ao Porto vieram a público apontar 12 erros de arbitragem que, segundo os mesmos, terão prejudicado a equipa da invicta no mais recente Sporting-FC Porto.

Esta súbita alteração de paradigma surge na mesma semana em que se especulou sobre a existência de resquícios de Veiga Trigo na memória colectiva portista, e deverá estar ainda, segundo especialistas, relacionada com o deslocamento de placas tectónicas que há dias atrás resultou no terrível terramoto de Aquila.

Efectivamente, entre os lances de que o FC Porto se queixa estão também, nada mais nada menos, do que os dois lances de golo do Sporting, que os portistas reclamam terem sido precedidos de mão, apesar da opinião unânime de que foram jogadas legais e de que o Porto rematou apenas 1 vez à baliza contrária.

Para sabermos mais sobre esta matéria, procurámos falar com um dos mais eminentes especialistas da área da psico-subjectividade ocular, Dr. Afonso Ray-Ban, que alertou para os perigos inerentes a esta debilitante patologia.

“A hiper-visão selectiva é uma doença muito grave, porque pode ter implicações sérias no decorrer normal do dia-a-dia de qualquer pessoa anormalmente obcecada com futebol. Nunca sabemos quando pode atacar. Num dia podemos estar a celebrar os cortes do Guarín com a mão e no dia seguinte a desejar que o Bryan Ruiz seja amputado por mão involuntária. Num dia estamos a condecorar os cotovelos do Jorge Costa por valorosos actos de guerra, no dia seguinte ficamos muito ofendidos com os saltos do Coates.”



Porém, para o reputado médico, há sinais que podem ajudar a prever o surgimento desta súbita doença. Segundo ele, “esta doença é particularmente comum em quem evidencie sinais de desorientação associados a um défice crónico de argumentos racionais, decorrente de uma dieta demasiado rica em francesinhas”. E adianta: “No seu limite, pode mesmo resultar em telefonemas madrugadores ao presidente da Liga ou empurrões ao árbitro pelo campo fora, fazendo com que qualquer jogo se assemelhe a um genocídio futebolístico perpetrado pelo Canelas 2010.” Ainda de acordo com o mesmo especialista, estudos recentes e cruzamentos de dados permitiram definir um ponto crítico de não retorno, o qual, após ultrapassado, tem como consequência certa o crescimento de um bigode farto acima do lábio superior. “Quando já não há volta a dar é quando se ultrapassa aquilo que em oftalmologia moderna se chama a linha ‘Guerra-Serrão’, que consiste em exigir que se marquem faltas aos adversários em lances que jamais aceitaríamos que nos marcassem falta se fossem ao contrário. Após isto, as pessoas tendem a transformar-se em montes amorfos de estrume, distinguíveis apenas pelo bigode à Artur Jorge e pela incapacidade de saírem do sofá, e que se limitam a debitar as palavras “escândalo”, “roubo” e “palhaçada” de permeio com uma sequência ainda mais impenetrável de grunhidos e vagidos.


O que é certo é que, num volte-face surpreendente, o FC Porto está agora para o futebol português como um jogador do Leixões estava há uns anos atrás para os pontapés à retaguarda de um dos meninos prodígio da sua secção de Taekwondo, Bruno Alves: combalido, desnorteado e fora de combate.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Jesus encontra nova vocação na bancada após expulsão no Sporting-Porto


Com a expulsão no jogo frente ao FC Porto, esta foi a 4ª vez que Jorge Jesus foi convidado a sair do banco desde que chegou ao Sporting. Tal não acontecia desde que José Manuel Coelho foi expulso da assembleia regional da Madeira 7 vezes na mesma semana. A fasquia está agora mais elevada, uma vez que a verificar-se uma 5ª expulsão o lendário treinador terá entrada garantida no panteão dos mal amados, onde, para além do supracitado deputado, juntar-se-á a nomes como Marco Materazzi, Fernando Couto, ou o próprio Belzebu, que foi expulso uma vez do reino dos céus, mas com efeitos irreversíveis.

A verificar-se também, Jesus pulará imediatamente para o topo da lista dos treinadores mais bem pagos do mundo, isto com base numa equação de tempo útil por milhão auferido, já que ultimamente tem passado mais tempo na bancada a tirar selfies com os adeptos do que a comandar a equipa no relvado.

Contactado pelo “Esférico”, o Conselho de Arbitragem da Liga não soube ou não pôde pronunciar-se sobre esta polémica, tendo remetido eventuais esclarecimentos para a névoa de incertezas em que as mais altas instâncias do futebol nacional sempre deixam os adeptos.

Porém, num guardanapo resgatado do restaurante onde o estado-maior da arbitragem se reúne para pedir conselhos deontológicos ao fantasma de Pinto de Sousa – e a que “O Esférico” teve acesso – encontrámos apontado o cálculo que preside a estas sanções disciplinares.

E o processo é muito semelhante ao cálculo que o fisco faz do IMI.  Se, por um lado, o governo calcula a tributação do IMI multiplicando o valor base pela área total da casa, os árbitros calculam as baboseiras debitadas pelo Jorge Jesus na linha lateral e multiplicam-nas pela área total da sua frondosa cabeleira, o que dá, geralmente, um valor bastante elevado e, portanto, passivo de castigo.

Só assim se explica que Jesus seja o treinador mais punido do futebol actual, apesar das explosões bíblicas de Simeone ou das indelicadezas culinárias de Rui Vitória, que por estar sempre a ruminar algum resto de cebolada torna impossível entender o que quer que seja de inócuo que está a dizer em qualquer momento do jogo.

“O Esférico” pôde também apurar que o sistema de classificação dos árbitros (que decorre dos sonhos molhados de Rui Gomes da Silva) sofreu profundas alterações em relação a épocas anteriores, agora que Jesus está à frente da equipa de Alvalade. Ao passo que Marco Ferreira foi despromovido por expulsar o treinador quando este comandava as águias, é expectável que agora estes  quatro bravos árbitros sejam agraciados com a Ordem de Voucher da República de Carnide e, consequentemente, homenageados com estátuas suas no Museu Cosme Damião, ao lado do altar onde consta a farda que Jorge Ferreira envergou no dia em que apitou o último P. Ferreira-Benfica.

Todavia, no rescaldo do escaldante Sporting-Porto de ontem, circulavam já rumores pelos corredores de Alvalade que sugerem que os leões estarão a ponderar atribuir novas funções ao enérgico treinador leonino.

Falámos com o director-adjunto de marketing do clube verde-e-branco, que nos garantiu que o novo papel de Jorge Jesus gerará uma mina de ouro e fará as delícias junto dos adeptos. “O Jorge irá agora integrar a equipa de restauração móvel do Estádio Alvalade XXI, o que é o mesmo que dizer que vai ser vendedor ambulante de queijadinhas e amendoins e irá percorrer as bancadas durante os jogos orientados pelo Raúl José”, acabou por confessar. “É que vê-lo a subir e descer bancadas é já um ex-libris dos jogos do Sporting, e a destreza com que se move entre os adeptos é notável. Para além do mais”, acrescenta, “a equipa está tão bem treinada que não precisa dele para nada no banco, basta-lhes olhar para o cenho perpetuamente enfurecido do Octávio Machado.”

Contactado também pelo “Esférico”, o veterano treinador dos leões confirma esta versão, dizendo-se preparado para iniciar os treinos de arremesso de pacotes a qualquer altura. “Épá, isto é uma vocação natural que me surge naturalmente pá”, afirmou. “Tu quando passas os jogos no banco a atirar calduços aéreos aos jogadores, prontos pá, ganhas o tipo de mentalidade necessária para atirar amendoins e gelados por cima desta gente toda, portantos pá, e ao mesmo tempo estou a contribuir para erradicar a fome e a paciência dos accionistas da SAD.

Assim, prevê-se que esta solução possa finalmente satisfazer todas as partes, nomeadamente a parte que só agora despertou para o estilo que Jorge Jesus sempre teve, em particular nos 6 anos em que dirigiu o Benfica.

sábado, 27 de agosto de 2016

Pinto da Costa não pode ir preso porque tem imunidade diplomática


Acusado de dirigir uma rede que subornava e coagia árbitros, dirigentes, jogadores, jornalistas e outros agentes desportivos, Pinto da Costa tem sido, sem dúvida, uma das figuras mais polémicas do futebol português nas últimas décadas.

E numa altura em que muita gente ainda se questiona como conseguiu escapar às malhas da justiça, apesar das provas esmagadoras apresentadas contra si, surgiram entretanto novos dados que ajudam a fazer luz sobre este mistério.

Após o falhanço retumbante do caso Apito Dourado, este tem, de facto, sido um tema tabu nos meios judiciais do país, tendo já atirado para a rua vários magistrados, que simplesmente não conseguiam manter os escrúpulos de que são detentores à tona do lodo interminável que é o futebol português.

“Uma pessoa vive para servir a causa pública, e há dias em que a vida faz sentido. Mas depois do que vi no processo Apito Dourado, tive um vislumbre daquilo que a alma humana tem de mais hediondo”, desabafou ao “Esférico” um desses magistrados, que ainda há uns anos julgava sem pestanejar casos de homicídio e estupro.

“O Esférico” sabe agora, porém, que a justiça portuguesa pouco mais poderia ter feito neste caso, uma vez que Pinto da Costa possui, afinal, passaporte diplomático, adquirido nos tempos em que desempenhava as funções de Embaixador da Fruta ao serviço do FC Porto.

Mais do que as conversas telefónicas em que foi apanhado a subornar árbitros e a oferecer prostitutas, a prova maior de que o veterano dirigente usufrui mesmo de estatuto especial é que continua em liberdade, apesar de ter mantido Lopetegui no cargo durante ano e meio.

Ainda ontem o histórico dinossauro portista foi visto a urinar da algália para um parquímetro, a espancar um jovem inanimado no chão e a fazer grafitis na casa de Mário Figueiredo – tudo isto perante o olhar impotente e radiante da polícia.

Aos microfones do “Esférico”, o subintendente Pranchada confessou-nos a sua frustração, a qual, acima de tudo, é uma demonstração da sua satisfação.

“É um acto de justiça que se faz, carago!, o direito internacional reconhecer pelo menos este grande homem que nos deu o penta, a champignons e a Carolina Salgado. Nós, aqui no Porto, já há muito tempo que andamos a querer implementar, não a “sharia”, mas a “francesinha”, que é um código de honra cá nosso, e muito bom, nomeadamente no que toca a defender a nossa honra pilhando bombas da Galp, incendiando boites e largando corpos no Douro, caso contrário não temos como desviar as atenções das nossas pilinhas muito diminutas”, explicou. “Mas aqueles mouros de Lisboa, que nunca arrearam numa senhora com verdadeiro amor de homem, insistem nesta mariquice da “lei da república”, que nem nos dá o direito de oferecermos, por solidariedade, uma garrafa de Raposeira às miúdas anémicas que o nosso ilustre Macaco mantém hospedadas na cave do Calor da Noite.”

O líder portista,
antes de partir
para as filmagens de
'Grease - Rebeldes
da Algália'
Por outro lado, António Intestino Grosso, conhecido adepto do Porto e sucateiro independente, garante que tudo não passa de uma cabala montada pelos inimigos lisboetas. “O meu presidente nunca faria tal coisa! É um amor, um anjo! Um amigo dos desvalidos! Olhe, está sempre a dar guarida a estas ganapas escanzeladas que passam fominha na Dragon Store. Olhe como a Fernandinha está mais coradinha agora! Um primor… E vê-se que é mesmo amor, sobretudo pela forma como ela está sempre a perguntar-lhe como vai o coração, se está tudo bem, se sente algum incómodozito, uma coisita qualquer que seja… Uma delícia!”


Ainda sobre as acusações antigas de agressões a jornalistas, mostra-se taxativo: “mais um estratagema desesperado dos mouros! Houve cá um episódio na assembleia-geral… Mas isso foi o repórter da Sporttv que começou a correr para a rua – mouro e ganancioso como é –, porque viu a cabeça do Pedro Abrunhosa no horizonte e pensou que era um ovo Fabergé, e embateu, ao fugir de uns adeptos simpáticos que só lhe queriam ajeitar o colarinho, no punho de um membro dos Super Dragões que estava nesse momento a fazer exercícios de consolidação muscular a mando do fisioterapeuta.”




Entretanto, um estudo efectuado recentemente pela Universidade Lusófona concluiu que 99,9% dos inquiridos acreditam que Pinto da Costa é culpado dos crimes de que é acusado, mas que 100% dos inquiridos acreditam que merece ser condecorado, por ter “passado a perna à polícia” durante tanto tempo.

E se é certo que a justiça não ficará satisfeita neste caso, este estatuto de imunidade diplomática deverá dar, contudo, uma certa almofada de conforto ao jurássico dirigente, já que fica protegido das punições decorrentes dos ilícitos que se cometem nesta idade, tais como conduzir na VCI num estilo encarpado de contra-mão, aparecer de tanga na praia ou contratar o Nuno Espírito Santo ao Jorge Mendes porque, apesar de toda a sua sabedoria, ainda não consegue ouvir “não” como resposta.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Jornais culpam estagiário bêbado por notícias de pré-época


Numa altura em que muito se especula sobre o estado psíquico dos jornalistas desportivos portugueses, com a saída de várias notícias contraditórias e as crónicas de Miguel Sousa Tavares, surgiram mais sinais alarmantes sobre o momento actual da imprensa portuguesa. No mesmo dia dois jornais rivais fizeram manchete com o mesmo jogador de futebol. E se o Record dava Rafa como “perto do Benfica”, já A Bola dava o mesmo jogador como “perto do Porto”.

As implicações podem ser mais graves do que uma mera indigestão jornalística, segundo o astrofísico Dr. Serafim Via Láctea. “Ao apresentarem capas iguais, mas completamente contraditórias, ter-se-á aberto uma fissura no plano espaço-temporal do futebol, no qual todo o mundo futebolístico pode abater-se sobre si próprio.” Este incidente de proporções cósmicas poderá, na opinião do reputado cientista, advir daquilo que os Aztecas previram há mais de mil anos nas suas escrituras: a chegada à Terra da Serpente da Morte e Escuridão, uma criatura multiforme que se esconde nas casas-de-banho dos dirigentes clubísticos e que se alimenta dos sonhos desfeitos de jovens adeptos de futebol impondo aos clubes jogadores medíocres a serem pagos a 20 anos.

De facto, aquilo que aparentava ser uma contradição insanável foi apenas uma de muitas do género que surgiram recentemente na imprensa desportiva, uma tendência que parece agravar-se quando os termómetros ultrapassam os 35 graus.

Uma investigação aprofundada do “Esférico” concluiu, após folhear os diários desportivos de hoje, que cerca de 80% dos repórteres sofrem de demência aguda, induzida por um contacto permanente com fontes “próximas”, “seguras” ou “fiáveis” que estão “dentro”, “ligadas” ou “implicadas” nos processos mais importantes que ninguém conhece.

A maior parte desses jornalistas estará a ser tratada numa estância balnear do Dubai, com fundos provenientes da ADSE. Os restantes 20% serão estagiários recrutados à pressa na tuna académica da Escola Superior de Comunicação Social.

Para chegar ao fundo deste tema, “O Esférico” encontrou-se com o editor-chefe de um jornal de referência numa praia local, onde este se encontrava com a restante redacção do seu jornal.

“Peço desculpa”, começou por dizer, aclarando a garganta, “estou aqui a beber um daiquiri de morango, que de modo nenhum foi pago pelo Jorge Mendes para eu usar as palavras ‘super empresário’ sempre que falo nele ou nunca mencionar os negócios suspeitos que a polícia espanhola, por malícia, está a investigar. Os meus repórteres não recebem ordens de ninguém de fora, e são livres de escreverem o que quiserem sobre o Luís Filipe Vieira ser uma pessoa tão maravilhosa. Aliás, estou como o Major Valentim, que não conhecia nada nem ninguém quando foi detido por corrupção.”

Sobre as acusações de incúria de que os jornais estão a ser alvo, mostrou-se hesitante ao princípio nas suas respostas. Porém, após sorver mais alguns goles do seu daiquiri e de se vangloriar fraternalmente sobre as suas conquistas sexuais, lá acabou por esclarecer tudo.

“Olhe, isto está tudo controlado, na verdade. Nós no verão só temos tiragem por causa das varinas do Algarve, que precisam de um bom papel-couve cheio de redundâncias para embrulharem os besugos e as sardinhas, por isso deixámos lá o Cosme, que é estagiário e bom moço, e é ele que atende a linha especial das fontes seguras.”

“O Esférico” tentou entrar em contacto com Cosme, mas tal não foi logo possível, por este se encontrar a agredir violentamente o sentido ético da sua consciência.

Porém, após alguma insistência, conseguimos chegar à fala com o jovem no centro da polémica. Ao telefone, deparámo-nos com uma pessoa confiante e ambiciosa, cujo sonho de vida passa por, um dia, garantir o cargo de apresentador-pindérico do Love On Top.

“Escuta lá ó cota, eu agora estou muito ocupado, tenho aqui pelo menos quatro fontes com sotaque brasileiro a garantirem-me que o Slimani vai de certezinha para o United, o Milan, o PSG e o Olivais e Moscavide, por isso tenho de confirmar os factos todos escrevendo sobre eles na próxima edição do jornal!”

Mas o que diz sobre as críticas de que os jornais são pouco fidedignos?

“Olha, pázinho, isto é assim, tenho tido grandes dias, confesso, desde que a malta abalou de férias e fiquei aqui sozinho. Já no outro dia escrevi que o Milan estava falido, e duas páginas à frente escrevi que estava a nadar em dinheiro. E só meia-dúzia de importunos com a mania das verdades é que repararam nisso! E ontem pari a minha obra-prima! Depois de colocar, no mesmo dia, o Bas Dost, o Castaignos e o Haller no Sporting, foi o Joel Campbell que veio e ainda consegui convencer toda a gente de que já todos sabíamos disso aqui na redacção. Foi épico!”, exultou.

Fica assim desvendado um dos grandes mistérios que tem feito desta silly season uma das mais entusiasmantes de que há memória. Quanto ao seu futuro, Cosme mostra-se cauteloso. “Olha, méne, para já, para já, vou convidar aqui para a redacção o pessoal das tunas, para cantarmos uns fadinhos e inventarmos umas baboseiras para o jornal de amanhã. E depois, só o tempo o dirá, nomeadamente os 5 minutos que demoro a escrever aquilo que me vem à cabeça.”

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

ENTIDADES MITOLÓGICAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS: nº 001 - "O Valentim"


#001 - "O Valentim"

■ Conhecido como 'O Major' ou 'Faça-me Lá Isso', esta criatura mitológica do futebol português é descendente directo do ilustre clã Loureiro, conhecidos fabricantes de charutos da região da Beira Alta, tendo sido em jovem apascentado nas verdejantes pastagens de Viseu.

■ Em obediência às regras do clã, cedo abandonou a casa ancestral, já com ampla formação em técnicas avançadas de coação, adquiridas a extorquir berlindes ao seu irmão mais novo, que forçava a vestir-se de preto e a usar um apito ao pescoço.

■ Foi o primeiro – e depois disso, várias vezes – presidente da Liga de Futebol, culto secreto da cidade do Porto que tinha por objectivo a elevação de Paulinho Santos a pontapeador-mor do reino.

■ Sobre os seus hábitos pessoais, sabe-se pouco. Porém, várias fontes confirmam que dormirá entre 2h-4h por dia, durante as quais profere, de forma continuada, impropérios vários contra Luís Guilherme.

■ Foi agraciado ainda com o grau de Comendador da Ordem de Camorra, por serviços prestados na distribuição de ameaças e viagens ao Brasil.

■ Muito imprevisível nos seus comportamentos, é contudo avistado ocasionalmente junto aos semáforos da cidade do Porto, a recolher no seu carro dirigentes e árbitros incautos.

■ Impedido de manter as suas funções após o desmantelamento da maior rede de distribuição de chocolates e café com leite da história de Portugal, este benemérito do nosso futebol limita-se agora a exercer a sua tirania sobre o seu barbeiro pessoal, que obriga a aparar-lhe os pêlos da cara um a um ao som do hino do Boavista.


■ Embora já não seja uma figura activa do futebol português, a sua postura fez escola e a aura da sua barba pode ainda ser vista em noites de lua cheia a pairar sobre a baliza dos seus adversários.







terça-feira, 23 de agosto de 2016

Intruso encontrado a vaguear no Estádio da Luz era afinal Rui Costa


Está tudo sanado para os lados do Estádio da Luz, após uma madrugada agitada em que um dos seguranças que fazia a habitual ronda terá dado de caras com aquilo que julgava ser um intruso a vaguear pelos corredores do recinto dos encarnados.

Em declarações exclusivas ao “Esférico”, Eusébio Calabote, o segurança em questão, contou como aquilo que começou por ser uma noite tranquila de bisca com os colegas, depressa ganhou contornos de uma perseguição ao melhor estilo de Hollywood.

“Estava a ser uma noite tranquila. Tínhamos tido apenas a visita dos colombianos do costume, que todas as semanas vêm cá deixar uns pacotes nada suspeitos para encher a cobertura do estádio, e por isso não esperávamos mais surpresas durante a noite”, começou por dizer.

Calabote, que falava à margem do Meeting Anual de Krav Maga, onde aprendeu as técnicas de comunicação que deixaram Hulk e Sapunaru K.O. no famoso episódio do túnel, explicou os contornos do episódio em questão:

 “É verdade que temos que manter a Catedral da Cerveja debaixo de olho, porque já tivemos o Taarabt a tentar arrombar o expositor das sobremesas a desoras, e uma vez tivemos que mandar para trás o João Capela, que vinha usufruir do voucher, de forma nada suspeita, às 2h da manhã, mas fora isso não costumamos ter problemas.”

Porém, não seria o caso daquela fatídica noite, quando Eusébio Calabote partiu para fazer a ronda pelos corredores de acesso aos balneários. “Estava a chegar à zona do balneário dos visitantes, e ia conferir se o microfone que o Pedro Guerra lá escondeu debaixo do urinol estava operacional, quando dei com um vulto estranho às apalpadelas no túnel de acesso ao relvado.”

Ao ser interceptado, conta, Rui Costa parecia confuso e desorientado, sem saber muito bem onde estava ou para onde se dirigia. Segundo Eusébio Calabote, a ex-vedeta da turma encarnada e da selecção nacional terá perguntado repetidas vezes onde ficava o seu escritório e alegado que Luís Filipe Vieira o nomeara director desportivo do clube. “Ora, achei aquilo muito suspeito, porque toda a gente sabe que o director desportivo do Benfica é o Jorge Mendes e é muito raro ver o Sr. Rui Costa no Estádio da Luz”, comentou. “Aliás, desde que ele apareceu aí um dia com o Taarabt num carrinho de mão, nunca mais o tinha visto por estes lados. Por isso desconfiei logo.”

Todavia, face à insistência do presumível larápio, Eusébio Calabote viu-se forçado a confirmar a sua identificação, e foi então que as dúvidas se dissiparam. “Ainda pensei que fosse algum tipo que o presidente tivesse contratado ao Paysandu Sport Clube para depois emprestar ao Belém e fingir umas lesões antes dos jogos com o Benfica, mas era mesmo o eterno, o único, Rui Costa. Ai menino, que se me rasaram logo os olhos de lágrimas, por ver aquela dedicação ao clube, ali, àquelas horas! É verdade que parecia nem conhecer os cantos à casa, nem tão pouco que funções desempenha no ‘glorioso’, mas só por ser o Ruizinho da Damaia que tantas alegrias nos deu, merece bem os 50000 paus que ganha todos os meses.”

O que se seguiu é uma memória que será para sempre grata ao veterano segurança do clube encarnado: uma partida de bisca pela noite dentro e um pequeno-almoço onde o auto-proclamado funcionário do clube revelou alguns dos seus planos para o futuro. “Olhe, está a pensar com mucha ilusión em contratar mais um ou dois extremos, e está só à espera de saber quais são os que o Porto prefere. Tudo isto porque o Benfica só tem uns 18 jogadores para essa posição e são precisos uns 20 por mês para alimentar o Taarabt, que gosta muito do petisco com umas batatinhas a murro” Porém, calabote acrescenta, resignado, “mas nós sabemos que são tudo ilusões e que o presidente jamais faria um disparate desses só para bater um record qualquer do Guinness.”


Ao que “O Esférico” pôde apurar, Rui Costa foi logo reconduzido, pela manhã, à ala psiquiátrica do Hospital da Luz, onde está a ser tratado pelo delírio de que teve alguma parte nos títulos conquistados por Jorge Jesus no Benfica.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rui Vitória justifica empate com autocarro de cebolada do Setúbal


E ao primeiro jogo da época em casa, o Benfica tropeça. De facto, dificilmente as coisas poderiam ter corrido pior à equipa encarnada na 2ª jornada do campeonato, a começar desde logo pela equipa sadina, que se apresentou num grau competitivo avesso aos desígnios do treinador da águia, Rui Vitória.

Após o apito final, apenas desolação nas bancadas. As faixas tão galhardamente exibidas foram rapidamente retiradas, a águia Vitória recolheu à gaiola e milhares de adeptos que rumaram à Luz sumiram-se na noite sem perspectivas de vida para o dia seguinte.

Nas imediações do estádio ainda se imolavam os últimos couratos ao Deus Renato, quando o treinador do Benfica deu entrada na sala de imprensa. Apesar do desalento óbvio, no ar pairava o consenso generalizado de que o Benfica tinha afinal ganho o jogo, sensação comum  entre as mais altas cúpulas do clube e o adepto vulgarmente conhecido por ‘Barbas’. E, se na classificação geral não lidera, na tabela dos delírios colectivos surge já como líder destacado, estando apenas a um triunfo de se sagrar campeão pela 112ª vez desde a sua fundação.

Então, o que mudou, afinal, para que as coisas não tivessem corrido de feição? Rui Vitória responde.

“No ano passado eu podia colocar todas as minhas perguntas sobre táctica, treinos e contratações ao cérebro do Jorge Jesus, que o Gaitan guardava sempre com muito carinho na mochila do treino. Este ano, infelizmente, é o que se vê. O Gaitan pisgou-se, levou com ele o cérebro do Jesus para continuar a pedir-lhe conselhos sobre futebol e discos do Toni Carreira, e eu estou obrigado a desenrascar-me sozinho”, desabafou o auto-denominado ‘rei da postura’, audivelmente maçado.

“A criatividade não é o meu forte, confesso. Uma vez participei num concurso de culinária na escola e a única coisa que me saiu foi uma cebolada insonsa. Posso dizer que disponho os meus bifinhos no tacho como disponho os meus jogadores em campo, tudo ao molho e o Jonas lá na frente. Não estava era à espera que o Setúbal usasse a minha cebolada para construir uma barreira impenetrável à frente da baliza... Se isto pega, vamos ter de comprar um 10º extremo, para ajudar-nos a comer este mingau todo e abrir umas brechas na defesa contrária.”

Falando depois sobre outros projectos culinários que tem em vista para o futuro, o treinador do Benfica fez ainda a antevisão do que resta da temporada. “Agora, sem as ideias do Jorge Jesus, e com uns 17 extremos novos que todos os dias me pedem orientações, estou à beira de um esgotamento nervoso. Aliás, só este estado de letargia mental que me persegue para todo o lado é que pode explicar que, com uns 7 atacantes no plantel, tenha posto o Pizzi a avançado. Não é fácil ter pensamentos…”

Rui Vitória, que voltou a não falar da arbitragem referindo-se apenas várias vezes ao árbitro, ao homem do apito e aos juízes que avaliam os lances, respondeu ainda a uma série de perguntas colocadas pelos jornalistas, como por exemplo o que achou do elegante voo da águia Vitória antes do apito inicial, em que lugar coloca Luís Filipe Vieira no seu top de ídolos, e quantos dedos tem uma mão.

“O Esférico” tentou ainda colocar uma questão sobre a alegada insatisfação de Luisão, mas, curiosamente, as luzes apagaram-se nesse preciso instante e o sistema de rega disparou na sala de imprensa, deixando os repórteres presentes extasiados com a funcionalidade dos aspersores benfiquistas.

Já o presidente do Benfica, no seu habitual estilo de não dizer nada dizendo tudo por interposta pessoa, terá sido ouvido a criticar hipotética e duramente a arbitragem junto do vice-presente do conselho de arbitragem, que poderá ter estado ou não ao lado de Luís Filipe Vieira na tribuna da Luz, dependendo de que lado é que o Pedro Guerra acordou hoje.

Apesar da fúria dos encarnados, “O Esférico” sabe, contudo, que a direcção do clube decidiu não revogar os vouchers a que a equipa de arbitragem tem direito, tendo apenas dado ordens à Catedral da Cerveja para que fossem servidas sandes de atum com molho da glândula biliar do João Gobern, em vez da tradicional Lagosta à Capela.


Finalmente, destaque também para a equipa do Vitória de Setúbal, que, no meio de tanta infelicidade dos jogadores da casa, ao conquistar 1 ponto consegue ser notícia pelos piores motivos.

domingo, 21 de agosto de 2016

Joelho de Sandro Insurge-se Contra Sandro


Ainda a tinta não parou de correr sobre o polémico caso do joelho de Boateng e, ao que parece, já o departamento médico do Sporting voltou a fazer uma vítima. Pelo menos, é o que se depreende do artigo publicado pelo Record, que, após um apurado trabalho de investigação, reproduziu na íntegra a entrevista do jogador Sandro ao tablóide The Sun. Segundo o brasileiro, o Sporting revelou má-fé ao fazer os rotineiros exames médicos, quando devia ter-se limitado a oferecer-lhe um contrato de trabalho milionário. Como é sabido, neste defeso, num momento em que negociava o seu ingresso nos “leões”, o joelho do médio brasileiro sucumbiu aos testes clínicos efectuados.

Porém, numa reviravolta surpreendente, é agora o tão badalado joelho que se insurge contra o próprio jogador do qual faz parte. “O Esférico” sabe mesmo que o joelho de Sandro tenciona interpor no Tribunal da Família um processo de divórcio contra o jogador, com a intenção de cortar relações definitivamente com este último.

Num furo exclusivo via Skype, “O Esférico” conseguiu chegar à fala com o joelho do ainda futebolista do Queens Park Rangers, que teceu algumas breves considerações sobre o assunto.

“Não vê, é isto, tem que ser às escondidas… O tipo não me larga de vista. É obsessivo e controlador. Leva-me para todo o lado. E depois maltrata-me, é um ingrato. Ao todo, já passei mais tempo na mesa de operações do que a correr no relvado”, disparou entre estalidos e rangidos.

“Se quer saber a verdade, acho que o Sporting fez muito bem. Já há 4 anos que me tiraram as cartilagens todas. Os meus ligamentos parecem cordas de violino, só gemem. Tenho falado com outros joelhos amigos que me aconselham a emigrar para lugares mais porreiros, como as pernas do Mantorras, que já não joga e é um herói no país dele. Isso é que era uma boa!”, dispara.

Chegados a este ponto, a nossa conversa chega a um fim abrupto. "Olhe, tenho que desligar”, avisa. “O tirano já se está a mexer. Ainda acorda e decide ir fazer jogging até ao bloco operatório. O melhor é calar-me. Adeusinho!”

Porém, o empresário do jogador refuta esta versão. Segundo ele, a relação entre Sandro e o seu joelho é de “unha com carne”, e é junto dos médicos do Sporting que teremos que procurar respostas. Estes últimos, porém, não se mostraram disponíveis para prestar qualquer declaração sobre o assunto, por se encontrarem demasiado ocupados a tentarem perceber ainda as radiografias ao joelho do Boateng. Procurámos então novamente o empresário de Sandro, que prosseguiu as suas queixas.

“Isto é uma chatice! Vergonhoso mesmo! Víamos o Sporting como uma boa solução para o Sandro, até porque tinha fama de receber todos os pernetas de uma ponta à outra da planeta. Ainda se olha para a contratação do Izmailov – jogador considerado por muitos o maior aleijado de que há memória – como um exemplo deste tipo de gestão que priveligiava a solidariedade laboral em vez do rendimento desportivo. Agora, sem mais nem menos, começam a fazer exames médicos aos jogadores e, de repente, dezenas de futebolistas que não tinham outra esperança senão o Sporting serão maldosamente atirados para o desemprego, onde, é certo, jogarão tanto como jogam agora, mas sem ganharem nada por isso. Lamentável!”

Nada satisfeito com o desfecho das negociações com o clube de Alvalade, o empresário admite ainda recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

“O que se passou é pura discriminação! O que vai ser da sociedade se os clubes de futebol só começarem a contratar jogadores com joelhos bonitos e saudáveis!? Hein?? Uma pessoa que tenha um joelho desgraçado e francamente odioso à vista não pode usufruir dos seus 2 milhões ao ano?”, questiona.

Já o jogador, instado a fazer uma declaração sobre o caso, remeteu-se ao silêncio e às suas canadianas. Porém, sempre foi adiantando, “é uma injustiça tremenda! É verdade que o meu joelho está mais espezinhado que um gato morto na CRIL, mas eu disse a eles que tenho muitas outras partes bonitas no meu corpo. Um homem não é apenas um joelho! Disse a eles: ‘olh’aí, tenho barba bonita, tatuagem bonita, ombro bonito…’ Mas eles não quiseram nem ver…”, lamentou-se. “Só queriam saber do joelho. É revoltante esta sociedade superficial!”

Agora, de acordo com o brasileiro, resta ter esperança em ser contratado por um clube como o Benfica, onde o ilustre perneta Mantorras fez toda uma carreira sem joelhos, onde Fejsa ainda milita, e onde o departamento médico é tão tolerante que nem pesa os jogadores antes de assinarem contrato.

“Caso contrário”, garantiu-nos o empresário, “há sempre a hipótese do Sandro prosseguir a carreira no mundo da publicidade, a fazer de Perna de Pau para os gelados Olá.”

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Desde Julho, Inter de Milão já comprou cinco João Mários


É uma coisa nunca antes vista no mundo do futebol, mas os factos não mentem. O Inter de Milão, clube que em Julho contratou João Mário, está tão satisfeito com a aquisição que não consegue parar de comprar o jogador.

Sendo que os contornos exactos dos negócios carecem ainda de confirmação, “O Esférico” sabe que o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, terá já mandado clonar 20 réplicas do jogador da formação leonina, tendo 4 delas sido vendidas àquele clube italiano.

Isto a fazer fé nas capas de vários diários desportivos, entre os quais a Gazetta Dello Sport, o L’Équipe, e toda a imprensa nacional, esta última muito reputada nas áreas da ficção literária e multiplicação de fontes.

Sabe ainda “O Esférico” que o mesmo clube está ainda na disposição de abdicar de €100 milhões, de todas as receitas das próximas épocas e da cabeleira embalsamada do Nedved para garantir o concurso de mais dois clones do cobiçado jogador português. Isto, claro, se Jorge Jesus concordar em contar apenas com um total de 14 João Mários no plantel principal.

“O Esférico” conseguiu chegar à fala com um dos accionistas chineses do clube milanês, para tentar perceber todo este interesse no médio campeão europeu. “Nós já tínhamos contratado o João Mário em Junho, e depois, mais a sério, em Julho também, como garantiram os vossos pasquins desportivos. Mas agora, com a chegada do Frank de Boer, tivemos que rever em alta a nossa necessidade de mais médios, porque, como sabe, os holandeses gostam de jogar com 10 médios e 1 guarda-redes. Nunca teremos João Mários a mais!”

O problema agora está na capacidade de produção da fábrica de clonagem de jogadores – a mesma que clonou a ovelha Dolly –, que não tem tido mãos a medir com as encomendas. É que, desde o sucesso desta estratégia, mais clubes têm encomendado a clonagem dos seus jogadores mais pretendidos. O Benfica, por exemplo, já clonou uma série de Lindelöfs, para dar resposta a todos os clubes interessados. “O modelo Lindelöf tem saído bem, até porque fez meia-dúzia de jogos a titular, e isso aqui é garantia de ser candidato à Bota de Ouro do Qatar, que é o prémio mais prestigiado do cinema mundial”, garantiu fonte próxima do clube da Luz. “Já os modelos do Pizzi e do Ola John”, confessou, “não têm saído tão bem, porque ninguém quer pagar milhões de euros por RPs do Main.”

Mas também o Braga já se acautelou, tendo mandado reproduzir dois Rafas, para além do original, para dar resposta às compras simultâneas por parte de Porto, Benfica e Zenit. “Quem juntar ao valor do passe um vale de desconto para um espaço propagandístico n’O Jogo fica com o original”, garantiu o presidente dos bracarenses, António Salvador.


Quanto ao FC Porto, “O Esférico” apurou que o clube irá dar início à reprodução de clones assim que alguém demonstrar o mínimo interesse nalgum jogador do plantel.

Jogador dado como inapto para o futebol após passar pela lavandaria de Jorge Mendes


“Estou acabado! As pernas já não reagem, perdi a vontade de viver.” Foram estas as palavras proferidas pela mais recente vítima das engenharias financeiras de Jorge Mendes e companhia. O jogador – que preferiu não ser identificado – encontra-se internado em estado grave na unidade de poli-traumatizados do Hospital de Santa Maria, e acedeu a explicar ao “Esférico” em detalhe os contornos do último e atribulado ano da sua carreira.

Segundo o próprio, em pouco mais de 12 meses já passou por 8 clubes, a saber, Benfica, Braga, Valência, FC Porto, Atlético Madrid, Rio Ave, Mónaco e Wolverhampton. Visivelmente abatido, o jogador explica como esse processo provocou um desgaste maior nele do que no Higuain após um sprint até ao buffet de picanha. “Tudo isto aconteceu porque tenho passado mais tempo em aviões e notários do que dentro de campo. Eu era goleiro no Brasil. Mas o Jorge Mendes, com a sua magia, vendeu-me ao Benfica como avançado. E vai daí marquei muitos golos no Benfica, mais concretamente zero, e então me meteram num avião para Valencia, e foi aí que os meus problemas nos joelhos começaram, porque não é fácil estar tanto tempo sentado num avião.”

A verdade é que, apesar de não ter feito qualquer jogo oficial no Benfica, a capacidade que demonstrou na pré-época para vestir a camisola encarnada despertou logo a atenção daquele grande de Espanha. Por esta altura, o seu valor de mercado havia já disparado: 15 milhões de euros, em média 1 milhão por cada capa de jornal.

Em Espanha a experiência ainda correu melhor que na Luz, tendo o jogador contabilizado zero tentos em outros tantos jogos, 20 dos quais na Playstation. Ao que “O Esférico” apurou, foi difícil convencer Nuno Espírito Santo (na altura treinador do clube) a abrir mão de tão valioso talento. Mas tudo terá ficado resolvido quando o Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes garantiu o despedimento de José Peseiro, tendo com isso dissipado os receios do então treinador do Valencia de não ter na nova época nenhum clube de topo onde dar seguimento à sua senda de não ganhar títulos.

Foi então que o protagonista desta história foi cedido a custo zero ao Braga, com a obrigatoriedade de o FC Porto adquirir o seu passe por 16 milhões no final da época, e de o Braga ceder Danilo ao Benfica, que depois pagaria 15 milhões por este ao Valência, recebendo o FC Porto, assim, Nuno Espírito Santo, para ocupar o muito desejado cargo de Comendador do Entreposto Comercial do Dragão, devido ao seu vastíssimo currículo de 33 transferências adjudicadas em apenas 40% de vitórias como treinador.

Se o leitor está confuso, não esteja. A feitiçaria negocial do Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes é reconhecidamente complexa, e por isso impenetrável para os cérebros dos jornalistas desportivos, incluindo os do “Esférico”, que estão a esta hora plenamente empenhados em repetir a frase “Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes” mil vezes na ardósia da redacção.

Quanto ao protagonista desta história, não tem parado de se valorizar, e já rodou por praticamente todos os clubes do universo Mendes. Em Junho esteve inclusivamente umas semanas no Wolverhampton a virar bifanas, prestação que lhe deu renovado impulso no mercado de transferências.

Porém, reconhece, as coisas não páram de piorar. “Comecei também a desenvolver uma artrite nas mãos por assinar tantos contratos, sobretudo por causa de todas aquelas cláusulas e percentagens. E o meu amor-próprio está dilacerado e dividido entre 20 subsidiárias, offshores e fundos de investimento. Sinto-me como se tivesse sido amassado numa máquina de lavar!”

Para já o futuro permanece incerto. Mas, a acreditar nos rumores veiculados na imprensa desportiva nos últimos dias, o jogador estará perto de assinar novamente pelo Benfica, a troco da transferência futura de Pizzi para o Zenit, Mónaco ou Rio Ave por 200% do seu valor de mercado, ficando o Benfica com 2% da tranche desse negócio, à semelhança do que sucedeu com Garay.


Da nossa parte, “O Esférico” deseja refutar veementemente que tenha recebido qualquer ‘incentivo’ para adjectivar de ‘Super e Tremendamente Esbelto’ o empresário Jorge Mendes antes de cada referência ao seu nome. É absolutamente falso que nos estejamos todos aqui a refastelar num cabaz comprado com os vouchers do Benfica e ‘quinhentinhos’ do Porto. 

sábado, 13 de agosto de 2016

Benfica ameaça não ir a jogo: "pedimos um relvado inclinado, não pelado!"


Mal se levantou a possibilidade de o Benfica não marcar presença no jogo com o Tondela, as redes sociais viraram palco de um tumulto de proporções apocalípticas. Efectivamente, diversas fontes ligadas às mais altas esferas do Rui Vitória exprimiram já o seu descontentamento com o estado do relvado do Estádio João Cardoso. Em declarações exclusivas ao “Esférico” uma delas não se fez rogada na hora de criticar a postura do clube tondelense perante aquilo que considera ser “uma incompreensível atitude de desafio ao primado do benfiquismo.”

“O Rui está inconsolável. Não pára de comer cebolada, fica assim quando anda deprimido.” Explica ainda a mesma fonte, tudo isto acontece porque “o campo do Tondela está em condições demasiado boas para a prática do nosso futebol. Isso prejudica-nos, claramente! Está plano, tem uma ou outra pelada catita, foi aprovado pela FPF, e nós só estamos habituados a jogar em relvados cheios de buracos das pisadelas do Taarabt e com uma inclinação preferencial de 90 graus devido à presença do João Capela.”

Por outro lado, um sócio do Tondela confessava o seu optimismo para a partida frente ao emblema da águia, uma vez que, segundo ele, um erro burocrático pode virar a sorte do jogo a favor da equipa da casa. Para que isso aconteça, basta que o motorista do autocarro do Benfica troque no GPS as coordenadas do Estádio Municipal de Aveiro pelas do Estádio João Cardoso. “Faz parte dos estatutos vinculativos da Liga que qualquer clube que receba o Benfica tenha que, na preparação do jogo, inclinar o campo para que o Benfica possa explanar todo o seu futebol vertical e o Rui Vitória aplicar a sua estratégia de esperar pelo penalty da praxe.” Porém, e ao que o “Esférico” pôde apurar, alguém dos serviços técnicos dos tondelenses terá trocado a expressão "campo inclinado" por “campo pelado”, precipitando de imediato a fatídica intervenção no relvado. Será isto que está na base das veementes queixas dos encarnados.

Já Adriano Pluma-Negra, presidente da Associação de Suinicultores do Norte e Centro, afirmou estarmos perante um cenário de catástrofe para os suinicultores. “Será uma dupla tragédia”, gritou, enquanto arrancava um molho de cabelos com as mãos. “Todos sabemos como a economia suinícola local depende em larga escala das deslocações do Benfica a esta região, devido ao apetite insaciável dos seus adeptos por bifanas e couratos. Será uma desgraça para os criadores, que já contavam com isto para compensar as dificuldades de escoamento do produto que se verificam desde que o Valentim Loureiro deixou de oferecer febras ao quilo em tempo de eleições.”

Mas, se uns se queixam do impacto que a ausência do Benfica poderá ter na região, outros relembram episódios menos felizes protagonizados por adeptos do clube lisboeta. Ainda mal refeito do susto, Mariano Monforte, operador de caixa no Estádio D. Afonso Henriques,  descreve os momentos de aflição vividos há 2 anos atrás, quando uma facção cleptómana de adeptos invadiu a fan store do Vitória de Guimarães. “Olhe, pareciam uma autêntica claque de futebol! Só que em vez de procurarem a claque adversária, procuravam sacos e cuecas de senhora. Estavam completamente alucinados. Só me lembro de ver uma coisa assim na black Friday dos Estados Unidos, em que as pessoas se atropelam, esfolam, batem umas nas outras por um par de ténis, mas ao menos pagam à saída. Se quer a minha opinião, o pessoal do Tondela só tem a ganhar com isto!”

 “O Esférico” gostaria porém de relembrar que esta não é a primeira vez que o Benfica se desloca a um terreno adverso. Nos últimos anos, por diversas vezes visitou o reduto do Sporting, um clube que tem sido criticado por, ainda na vigência de Dias da Cunha, ter optado por um relvado estilo ‘queijo suíço’ – uma opção de elevado risco, tendo em conta que a FIFA recomenda o estilo ‘praticável’ para todos os terrenos de futebol. “O relvado dos lagartos é uma coisa que tem mais remendos do que a cara da Lili Caneças, mas ainda assim não teve que levar com o Taarabt em cima. É muito difícil jogar lá, porque somos obrigados a praticar algo semelhante ao futebol a sério, e isso baralha o nosso treinador.”


A confirmar-se este cenário, esta não seria a primeira vez que o clube da Luz falta a um encontro. Recorde-se que em Novembro do ano passado não compareceu ao Benfica-Sporting referente à 8ª jornada do campeonato e, já neste mês, fugiu como o diabo da cruz de qualquer presença na convocatória da selecção de futebol olímpica.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Slimani estica e depois rói a corda!

Viveu-se ontem um dia agitado para os lados de Alcochete, após notícia que dava conta da insatisfação do avançado Slimani com o seu clube. Segundo relatos da imprensa desportiva, a seguir ao treino matinal o jogador terá chegado a vias de facto com o poste de uma das balizas, e abandonado o local para ir dar uma cotovelada no Samaris, não tendo posteriormente regressado para a sessão da tarde, que assim contou com o roupeiro Paulinho a fazer as vezes de ponta-de-lança.

Contactado pelo “Esférico”, o empresário do jogador confirma que pelo menos um clube “de topo” se prepara para fazer chegar uma proposta a Alvalade, através de uma complexa engenharia financeira que passa por disfarçar 1 trilião de rupias indianas de dinheiro a sério, e apresentá-las a Bruno de Carvalho embrulhadas num rolo temático dos cinco violinos, o que, espera-se, será suficiente para convencer o líder leonino a abdicar do astro argelino.

“É inconcebível que Bruno de Carvalho não tenha logo aceitado esta eventual proposta inventada!”, queixa-se ainda Luca Bascherini. “Com o Godinho Lopes, por exemplo, bastava que alguém escrevesse na zona de comentários do site d’O Jogo que o Nice pretendia comprar uma das pérolas da formação a troco de um cupão de desconto na loja dos croquetes para que logo o jogador fosse enviado ao destinatário a cavalo do Cátio Baldé. Aliás, foi assim que o Daniel Carriço foi vendido!”

Nas imediações do estádio de Alvalade, contudo, as pessoas que por ali passavam não conseguiam disfarçar a preocupação.

“O Esférico” esteve no local a acompanhar a situação e recolheu vários testemunhos de adeptos leoninos.

Para João Brita, pedreiro de 34 anos, a questão prende-se sobretudo com direitos laborais. “Os trabalhadores devem lutar pelos seus direitos”, afirmou, para logo de seguida acusar as entidades patronais de pressões indevidas. “É verdade que lhe deram a suite presidencial no estágio da Suíça…”, começou por dizer. “Mas olhe que passar a noite toda a ouvir o Jorge Jesus no quarto ao lado a repetir a palavra ‘engarssado’ sempre que uma piada dos Malucos do Riso dava na tv configura uma clara violação da Convenção de Genebra. Por isso percebo bem a insatisfação do Sulimane!”

Já para Adelino Manápula, destacado especialista da área da psico-avarice, as coisas vão além das concepções tradicionais. “É certo que o jogador pode ter a adoração dos adeptos, o respeito do treinador, um salário milionário e um harém de supermodelos nas traseiras da mansão”, começa por dizer. “Mas isso não é tudo na vida! Perguntem ao Ricardo Salgado!”

Segundo o médico, “não é raro um futebolista apresentar sintomas daquilo a que no mundo da psicanálise desigamos por ‘jardelite aguda’.” Nestes casos, explica Manápula, este mal passa por três fases distintas, antes do jogador atingir o estado de completa irrelevância futebolística. “Primeiro, começam por não se recordar de onde fica o local de treinos,
depois passam a dormir com o telemóvel colado ao ouvido à espera de uma chamada do Florentino Pérez – o que os impede de alimentar-se ou jogar Playstation –, e finalmente assinam pela Gestifute. A irrelevância futebolística – o estado que antecede a morte – chega logo a seguir, quando depois de rodarem pelas equipas B de Benfica, Valencia e At. Madrid, assinam pelo Braga ou pelo Rio Ave, isto se não rumarem antes ao vibrante campeonato da Arábia Saudita.”

Quem deve ter uma perspectiva diferente sobre o assunto é Bruno de Carvalho, presidente do clube, que, numa atitude sem precedentes, mandou deslocar o fosso do Estádio de Alvalade e colocá-lo em redor da Academia Sporting. Agora, se jogadores como Slimani ou João Mário quiserem fugir, terão que fazê-lo a nado e sujeitarem-se a uma série de perigos e predadores, entre os quais o temível tubarão-de-estúdio, um animal meio sádico, meio Luís Freitas Lobo, que asfixia as suas vítimas expelindo intermináveis discursos sobre a ‘arte da transição defesa-ataque’. Diz-se que quem se depara com esta mítica criatura dos lodos tem, inevitavelmente, uma morte lenta e agoniante.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Benfica atingiu os 45 milhões de adeptos em Julho. Jesus em maus lençóis.


A saga da contagem de adeptos conheceu este fim-de-semana mais um capítulo, com fonte próxima do Benfica a garantir à redacção do “Esférico” que o clube terá atingido em Julho a marca dos 45 milhões de fãs em todo o mundo.

Embora esta informação não seja ainda oficial, o “Esférico” sabe que a direcção presidida por Luís Filipe Vieira se prepara para anunciar este feito em acto solene, mais concretamente aquando da cerimónia de canonização de João Gabriel, que terá lugar nos estúdios da CMTV.

Para este espantoso aumento terá contribuído a difusão da prova de salto ornamental de Jonas, no último P. Ferreira-Benfica, para os países da Escandinávia, onde a natação é um desporto muito apreciado.

Por trás deste cálculo está a empresa de estatística Sisterco, com sede na cidade brasileira de Araras. Segundo a mesma fonte, trara-se de uma empresa que tem todas as provas dadas no mercado da “mitologia numérica”, uma vez que é propriedade do primo direito do fundador do Brasa F.C., que por sua vez é amigo de infância do esposo da senhora que faz a faxina nos balneários da Luz e lê as cartas de tarot ao Jonas. “Portanto, todas as condições de fiabilidade estão garantidas!”

Ao telefone com Vagner Pité, CEO da Sisterco, ficámos a saber um pouco mais sobre este novo desenvolvimento estatístico.

“Não há como enganar!”, exclama Pité. “A Sisterco é uma empresa com ampla experiência no mercado da mitologia numérica. Nomeadamente, fomos nós que avançámos com a ideia de 50 espanhóis por cada português na Batalha de Aljubarrota, e graças à nossa recalibragem demográfica cada portuense conta agora como 10 dos outros.”

Porém, quando falamos da actualidade, e das condicionantes e variáveis a que estes cálculos estão sujeitos, todos os cuidados são poucos. “O Esférico” quis então saber quais os critérios que presidem ao cálculo do número de adeptos. A resposta é peremptória.

“Tudo isso é feito em conformidade com os mais elevados padrões do calculismo irracional, ‘cê entende? Nomeadamente, através de uma forma inovadora e fiável de recolha de dados, segundo a qual sugerimos um número em voz alta e perguntamos ao Pedro Guerra o que ele acha.”

Quanto ao papel do próprio Pedro Guerra nesta equação, quais são os critérios que conduzem à confirmação dos dados? Vagner Pité explica:

“Tudo se faz na cabeça do Pedro através do método infalível de substituir carneirinhos por lampiões. O Pedro é um tipo que dorme pouco, devido a dificuldades gastrointestinais que se prendem com a ingestão compulsiva de bambis órfãos. Então, como tem muito tempo  livre, conta carneirinhos, e conta-os a correr porque imagina que está a fazer um ensopado digno do Guinness. Depois, de madrugada, diz que eram benfiquistas e adiciona-os ao número já sugerido.”

Mas as novidades não se ficam por aqui. “O Esférico” está também em condições de adiantar que entre a nova fornada de adeptos se encontram os 100 mil adeptos desaparecidos da lista de sócios, os fetos por nascer de milhares de grávidas e a empregada doméstica de Guardiola, esta última porque viu de relance na televisão as tranças do Renato Sanches, enquanto engomava uma camisa de cetim do treinador catalão, no último Bayern-Benfica.

Para já, para além da injecção de moral que esta informação dará aos adeptos encarnados nesta nova época, há uma primeira vítima colateral disto tudo: o agora treinador do Sporting. Facto que fonte do ministério judicial do Benfica confirma.

“Demos já início aos procedimentos legais para exigir de Jorge Jesus, não os 14 milhões referentes à última contagem do Pedro Guerra, mas sim 60 milhões de euros – 1 euro por cada adepto e mais 15 milhões para cobrir as deslocações do staff do clube entre o estádio e o Tribunal do Barreiro. E também porque precisamos de ressarcir a Doyen do custo total do Ola John.”

Quanto a nós, na redacção do “Esférico”, ficamos à espera para saber o desenlace deste emocionante drama.