segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Jesus é fluente em 'portunhol' porque essa é a língua oficial da formação do Benfica



Nos últimos dias muito se especulou e opinou sobre os dotes de ‘portunhol’ evidenciados por Jorge Jesus na ressaca da derrota do Sporting em Madrid. À baila vieram as mais extraordinárias teorias, sendo a mais interessante a de que Jesus será na realidade um filho ilegítimo de Savador Dalí – daí a propensão para criar obras de futebol surrealistas.

“O Esférico”, porém, sabe que Jorge Jesus desenvolveu este estranho dialecto quando estava ao serviço do Benfica, pois era um pré-requisito obrigatório para a profissão, uma vez que a língua oficial da formação encarnada é, precisamente, o ‘portunhol’.

“É reconhecido pelo mundo inteiro do Dubai que o Benfica tem a melhor formação do planeta! Todos os dias temos publicações e espiões do Dubai inteiro que vêm até ao Seixal perguntar ao Jorge Mendes que prémios deverão atribuir a seguir.” Quem o afirma é uma fonte próxima da imaginação de LFV, que, contudo, preferiu não se identificar.

Esta prática terá sido iniciada em 2007, ano em que Vieira anunciou pela 4ª vez uma grande aposta na formação. Desde então o Benfica tem formado telepaticamente alguns dos melhores flops da América Latina, sendo o mais reputado clube a nível mundial no treino de tiragem de passaportes, check-in de bagagens e embarque nos aeroportos de Buenos Aires e São Paulo. São esses os casos, por exemplo, de Bergessio, Urretavizcaya, Sidnei, Jara, Kardec e, mais recentemente, Talisca ou Mori – entre tantos outros –, todos eles formados no Benfica após duas semanas intensas de patuscadas no Restaurante “O Barbas”.

O processo é melhor explicado por Cássio Saca-Rolhas, especialista em ‘formação por osmose’ do clube da Luz. “A formação do Benfica não é uma coisa palpável, é uma coisa que se sente”, começa por dizer. “Há por aí muita gente que diz que são precisos muitos anos de esforços e sacrifícios continuados numa qualquer academia, mas isso é falso. Por isso é que o nosso ‘formadouro’ se chama “Caixa Futebol”. Um jogador chega, entra na caixa e sai de lá com a camisola do Benfica. Voilá! Está formado no clube.”

Já este ano, com o novo simulador 360º, o clube encarnado espera poder dar aos seus formandos uma perspectiva tridimensional das banhas do Pedro Guerra, da arrogância lampiã, do kit voucher, e de tudo o que precisam de saber sobre o benfiquismo em geral. “Então, o processo será ainda mais rápido do que encomendar uma manchete no Record”, exulta um entusiasmado Saca-Rolhas.

E os resultados estão à vista. O clube espera lançar no mercado, já em Julho, mais uma fornada de sul-americanos formados um mês antes no Seixal, tendo já sido abordados por vários colossos do futebol europeu que perguntam pelos nomes desses jogadores e desejam saber quanto milhões vão custar por cada capa de jornal.

Em relação aos técnicos Jorge Jesus e Rui Vitória, Saca-Rolhas prefere não entrar em comparações, até porque aprecia muito o penteado mais singelo de Rui Vitória, que não lhe ofusca a visão que é necessário ter sobre o melão do Luisão, também ele um produto da formação encarnada.

“O Jesus dava-se muito bem com o ‘portunhol’, porque tem um mestrado tirado no Belém, onde o Benfica punha a rodar toda a formação, até se lesionarem todos misteriosamente antes das deslocações à Luz”, diz. E adianta mais à frente: “O ‘portunhol’ nasce precisamente quando um jogador de língua espanhola é exposto a um visionamento intensivo das gravações do Eusébio e do seu português adaptado ao mundo-benfiquismo saudosista. O Rui Vitória, evidentemente, só se dá bem com o português, porque não existe em espanhol um equivalente para a palavra ‘cebolada’. Por isso é que percebe melhor quando o Gonçalo Guedes ou o Nélson Semendo lhe vêm dizer que o Jorge Mendes o mandou pô-los em campo, porque em Maio têm que assinar pelo Wolverhampton.”

1 comentário:

  1. A gratidão é uma coisa bonita. O esférico reconhece que só existe porque existe o Benfica.

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