Parece não ter fim o
fascínio da UNESCO pelas maravilhas do nosso país. Depois de em 2013 ter
considerado o fado como património imaterial da humanidade, e de querer fazer o
mesmo com o cante alentejano, agora a ilustre organização da ONU prepara-se
também para dar início ao processo de homologação do recinto do C.F.
Belenenses.
“O Esférico” está até em
condições de adiantar que as conversações estarão já muito avançadas, com vista
a que tudo fique concluído a tempo das comemorações do Dia Mundial da Árvore.
Celorico Hortaliça, chefe de
gabinete da ‘agência para a proliferação da alface’, expressou ao “Esférico” a
sua opinião sobre esta matéria: “Não há dúvidas sobre isto. Fizemos um
levantamento exaustivo do território de Portugal e chegámos à conclusão que não
existe praticamente nenhum sítio que não tenha sido violentamente esfacelado
pelo Homem, a não ser as bancadas do Estádio do Restelo. É a última floresta
virgem do país!”
Ainda segundo a UNESCO, o
recinto do Belenenses tem a vantagem de possuir um micro-clima muito próximo do
que terá sido a atmosfera da Terra antes da revolução industrial, uma vez que “está
permanentemente desabitado e apenas é pisado aos domingos por uma manada de gado
vestida de azul, que ali fica a pastar durante hora e meia, mas que, contudo,
não tem qualquer influência no delicado equilíbrio bioquímico dos ares de
Belém.”
Este anúncio surge na
sequência de outras iniciativas do género, como a nomeação da ‘torre de
Lopetegui’ como bem de utilidade pública ou o encerramento ao público das zonas
baixas de Lili Caneças, outro monumento vetusto de Lisboa, agora já longe dos
seus tempos de glória.
“O que torna o anfiteatro do
Belenenses tão especial é que é nutrido por um micro-clima particular, no qual
a concentração de partículas ‘poli-saudosistas’ é muito superior ao normal,
devido à convicção profunda das suas gentes de que o clube tem algum tipo de
relevância no futebol actual”, acrescenta ainda Hortaliça.
Ainda segundo a mesma fonte,
outro factor que contribuirá também para esta honrosa distinção é o facto da vegetação se encontrar permanentemente
humedecida pela saturação das lágrimas dos autóctones nas áreas circundantes,
os quais, “ainda que não se atrevam a entrar no mítico recinto, contribuem
assim indirectamente para que aquela continue a ser a única área selvagem não
queimada do país.”
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