Com a expulsão no jogo
frente ao FC Porto, esta foi a 4ª vez que Jorge Jesus foi convidado a sair do
banco desde que chegou ao Sporting. Tal não acontecia desde que José Manuel
Coelho foi expulso da assembleia regional da Madeira 7 vezes na mesma semana. A
fasquia está agora mais elevada, uma vez que a verificar-se uma 5ª expulsão o
lendário treinador terá entrada garantida no panteão dos mal amados, onde, para
além do supracitado deputado, juntar-se-á a nomes como Marco Materazzi,
Fernando Couto, ou o próprio Belzebu, que foi expulso uma vez do reino dos
céus, mas com efeitos irreversíveis.
A verificar-se também, Jesus
pulará imediatamente para o topo da lista dos treinadores mais bem pagos do
mundo, isto com base numa equação de tempo útil por milhão auferido, já que ultimamente
tem passado mais tempo na bancada a tirar selfies com os adeptos do que
a comandar a equipa no relvado.
Contactado pelo “Esférico”,
o Conselho de Arbitragem da Liga não soube ou não pôde pronunciar-se sobre esta
polémica, tendo remetido eventuais esclarecimentos para a névoa de incertezas
em que as mais altas instâncias do futebol nacional sempre deixam os adeptos.
Porém, num guardanapo
resgatado do restaurante onde o estado-maior da arbitragem se reúne para pedir
conselhos deontológicos ao fantasma de Pinto de Sousa – e a que “O Esférico”
teve acesso – encontrámos apontado o cálculo que preside a estas sanções disciplinares.
E o processo é muito
semelhante ao cálculo que o fisco faz do IMI.
Se, por um lado, o governo calcula a tributação do IMI multiplicando o
valor base pela área total da casa, os árbitros calculam as baboseiras
debitadas pelo Jorge Jesus na linha lateral e multiplicam-nas pela área total
da sua frondosa cabeleira, o que dá, geralmente, um valor bastante elevado e,
portanto, passivo de castigo.
Só assim se explica que
Jesus seja o treinador mais punido do futebol actual, apesar das explosões bíblicas
de Simeone ou das indelicadezas culinárias de Rui Vitória, que por estar sempre
a ruminar algum resto de cebolada torna impossível entender o que quer que seja
de inócuo que está a dizer em qualquer momento do jogo.
“O Esférico” pôde também
apurar que o sistema de classificação dos árbitros (que decorre dos sonhos
molhados de Rui Gomes da Silva) sofreu profundas alterações em relação a épocas
anteriores, agora que Jesus está à frente da equipa de Alvalade. Ao passo que
Marco Ferreira foi despromovido por expulsar o treinador quando este comandava
as águias, é expectável que agora estes quatro bravos árbitros sejam agraciados com a
Ordem de Voucher da República de Carnide e, consequentemente, homenageados com
estátuas suas no Museu Cosme Damião, ao lado do altar onde consta a farda que
Jorge Ferreira envergou no dia em que apitou o último P. Ferreira-Benfica.
Todavia, no rescaldo do
escaldante Sporting-Porto de ontem, circulavam já rumores pelos corredores de
Alvalade que sugerem que os leões estarão a ponderar atribuir novas funções ao
enérgico treinador leonino.
Falámos com o
director-adjunto de marketing do clube verde-e-branco, que nos garantiu que o
novo papel de Jorge Jesus gerará uma mina de ouro e fará as delícias junto dos
adeptos. “O Jorge irá agora integrar a equipa de restauração móvel do Estádio
Alvalade XXI, o que é o mesmo que dizer que vai ser vendedor ambulante de
queijadinhas e amendoins e irá percorrer as bancadas durante os jogos
orientados pelo Raúl José”, acabou por confessar. “É que vê-lo a subir e descer
bancadas é já um ex-libris dos jogos do Sporting, e a destreza com que se
move entre os adeptos é notável. Para além do mais”, acrescenta, “a equipa está
tão bem treinada que não precisa dele para nada no banco, basta-lhes olhar para
o cenho perpetuamente enfurecido do Octávio Machado.”
Contactado também pelo “Esférico”,
o veterano treinador dos leões confirma esta versão, dizendo-se preparado para
iniciar os treinos de arremesso de pacotes a qualquer altura. “Épá, isto é uma
vocação natural que me surge naturalmente pá”, afirmou. “Tu quando passas os
jogos no banco a atirar calduços aéreos aos jogadores, prontos pá, ganhas o
tipo de mentalidade necessária para atirar amendoins e gelados por cima desta
gente toda, portantos pá, e ao mesmo tempo estou a contribuir para erradicar a
fome e a paciência dos accionistas da SAD.
Assim,
prevê-se que esta solução possa finalmente satisfazer todas as partes, nomeadamente
a parte que só agora despertou para o estilo que Jorge Jesus sempre teve, em
particular nos 6 anos em que dirigiu o Benfica.
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