quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Slimani estica e depois rói a corda!

Viveu-se ontem um dia agitado para os lados de Alcochete, após notícia que dava conta da insatisfação do avançado Slimani com o seu clube. Segundo relatos da imprensa desportiva, a seguir ao treino matinal o jogador terá chegado a vias de facto com o poste de uma das balizas, e abandonado o local para ir dar uma cotovelada no Samaris, não tendo posteriormente regressado para a sessão da tarde, que assim contou com o roupeiro Paulinho a fazer as vezes de ponta-de-lança.

Contactado pelo “Esférico”, o empresário do jogador confirma que pelo menos um clube “de topo” se prepara para fazer chegar uma proposta a Alvalade, através de uma complexa engenharia financeira que passa por disfarçar 1 trilião de rupias indianas de dinheiro a sério, e apresentá-las a Bruno de Carvalho embrulhadas num rolo temático dos cinco violinos, o que, espera-se, será suficiente para convencer o líder leonino a abdicar do astro argelino.

“É inconcebível que Bruno de Carvalho não tenha logo aceitado esta eventual proposta inventada!”, queixa-se ainda Luca Bascherini. “Com o Godinho Lopes, por exemplo, bastava que alguém escrevesse na zona de comentários do site d’O Jogo que o Nice pretendia comprar uma das pérolas da formação a troco de um cupão de desconto na loja dos croquetes para que logo o jogador fosse enviado ao destinatário a cavalo do Cátio Baldé. Aliás, foi assim que o Daniel Carriço foi vendido!”

Nas imediações do estádio de Alvalade, contudo, as pessoas que por ali passavam não conseguiam disfarçar a preocupação.

“O Esférico” esteve no local a acompanhar a situação e recolheu vários testemunhos de adeptos leoninos.

Para João Brita, pedreiro de 34 anos, a questão prende-se sobretudo com direitos laborais. “Os trabalhadores devem lutar pelos seus direitos”, afirmou, para logo de seguida acusar as entidades patronais de pressões indevidas. “É verdade que lhe deram a suite presidencial no estágio da Suíça…”, começou por dizer. “Mas olhe que passar a noite toda a ouvir o Jorge Jesus no quarto ao lado a repetir a palavra ‘engarssado’ sempre que uma piada dos Malucos do Riso dava na tv configura uma clara violação da Convenção de Genebra. Por isso percebo bem a insatisfação do Sulimane!”

Já para Adelino Manápula, destacado especialista da área da psico-avarice, as coisas vão além das concepções tradicionais. “É certo que o jogador pode ter a adoração dos adeptos, o respeito do treinador, um salário milionário e um harém de supermodelos nas traseiras da mansão”, começa por dizer. “Mas isso não é tudo na vida! Perguntem ao Ricardo Salgado!”

Segundo o médico, “não é raro um futebolista apresentar sintomas daquilo a que no mundo da psicanálise desigamos por ‘jardelite aguda’.” Nestes casos, explica Manápula, este mal passa por três fases distintas, antes do jogador atingir o estado de completa irrelevância futebolística. “Primeiro, começam por não se recordar de onde fica o local de treinos,
depois passam a dormir com o telemóvel colado ao ouvido à espera de uma chamada do Florentino Pérez – o que os impede de alimentar-se ou jogar Playstation –, e finalmente assinam pela Gestifute. A irrelevância futebolística – o estado que antecede a morte – chega logo a seguir, quando depois de rodarem pelas equipas B de Benfica, Valencia e At. Madrid, assinam pelo Braga ou pelo Rio Ave, isto se não rumarem antes ao vibrante campeonato da Arábia Saudita.”

Quem deve ter uma perspectiva diferente sobre o assunto é Bruno de Carvalho, presidente do clube, que, numa atitude sem precedentes, mandou deslocar o fosso do Estádio de Alvalade e colocá-lo em redor da Academia Sporting. Agora, se jogadores como Slimani ou João Mário quiserem fugir, terão que fazê-lo a nado e sujeitarem-se a uma série de perigos e predadores, entre os quais o temível tubarão-de-estúdio, um animal meio sádico, meio Luís Freitas Lobo, que asfixia as suas vítimas expelindo intermináveis discursos sobre a ‘arte da transição defesa-ataque’. Diz-se que quem se depara com esta mítica criatura dos lodos tem, inevitavelmente, uma morte lenta e agoniante.

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