quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Jogador dado como inapto para o futebol após passar pela lavandaria de Jorge Mendes


“Estou acabado! As pernas já não reagem, perdi a vontade de viver.” Foram estas as palavras proferidas pela mais recente vítima das engenharias financeiras de Jorge Mendes e companhia. O jogador – que preferiu não ser identificado – encontra-se internado em estado grave na unidade de poli-traumatizados do Hospital de Santa Maria, e acedeu a explicar ao “Esférico” em detalhe os contornos do último e atribulado ano da sua carreira.

Segundo o próprio, em pouco mais de 12 meses já passou por 8 clubes, a saber, Benfica, Braga, Valência, FC Porto, Atlético Madrid, Rio Ave, Mónaco e Wolverhampton. Visivelmente abatido, o jogador explica como esse processo provocou um desgaste maior nele do que no Higuain após um sprint até ao buffet de picanha. “Tudo isto aconteceu porque tenho passado mais tempo em aviões e notários do que dentro de campo. Eu era goleiro no Brasil. Mas o Jorge Mendes, com a sua magia, vendeu-me ao Benfica como avançado. E vai daí marquei muitos golos no Benfica, mais concretamente zero, e então me meteram num avião para Valencia, e foi aí que os meus problemas nos joelhos começaram, porque não é fácil estar tanto tempo sentado num avião.”

A verdade é que, apesar de não ter feito qualquer jogo oficial no Benfica, a capacidade que demonstrou na pré-época para vestir a camisola encarnada despertou logo a atenção daquele grande de Espanha. Por esta altura, o seu valor de mercado havia já disparado: 15 milhões de euros, em média 1 milhão por cada capa de jornal.

Em Espanha a experiência ainda correu melhor que na Luz, tendo o jogador contabilizado zero tentos em outros tantos jogos, 20 dos quais na Playstation. Ao que “O Esférico” apurou, foi difícil convencer Nuno Espírito Santo (na altura treinador do clube) a abrir mão de tão valioso talento. Mas tudo terá ficado resolvido quando o Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes garantiu o despedimento de José Peseiro, tendo com isso dissipado os receios do então treinador do Valencia de não ter na nova época nenhum clube de topo onde dar seguimento à sua senda de não ganhar títulos.

Foi então que o protagonista desta história foi cedido a custo zero ao Braga, com a obrigatoriedade de o FC Porto adquirir o seu passe por 16 milhões no final da época, e de o Braga ceder Danilo ao Benfica, que depois pagaria 15 milhões por este ao Valência, recebendo o FC Porto, assim, Nuno Espírito Santo, para ocupar o muito desejado cargo de Comendador do Entreposto Comercial do Dragão, devido ao seu vastíssimo currículo de 33 transferências adjudicadas em apenas 40% de vitórias como treinador.

Se o leitor está confuso, não esteja. A feitiçaria negocial do Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes é reconhecidamente complexa, e por isso impenetrável para os cérebros dos jornalistas desportivos, incluindo os do “Esférico”, que estão a esta hora plenamente empenhados em repetir a frase “Super e Tremendamente Esbelto empresário Jorge Mendes” mil vezes na ardósia da redacção.

Quanto ao protagonista desta história, não tem parado de se valorizar, e já rodou por praticamente todos os clubes do universo Mendes. Em Junho esteve inclusivamente umas semanas no Wolverhampton a virar bifanas, prestação que lhe deu renovado impulso no mercado de transferências.

Porém, reconhece, as coisas não páram de piorar. “Comecei também a desenvolver uma artrite nas mãos por assinar tantos contratos, sobretudo por causa de todas aquelas cláusulas e percentagens. E o meu amor-próprio está dilacerado e dividido entre 20 subsidiárias, offshores e fundos de investimento. Sinto-me como se tivesse sido amassado numa máquina de lavar!”

Para já o futuro permanece incerto. Mas, a acreditar nos rumores veiculados na imprensa desportiva nos últimos dias, o jogador estará perto de assinar novamente pelo Benfica, a troco da transferência futura de Pizzi para o Zenit, Mónaco ou Rio Ave por 200% do seu valor de mercado, ficando o Benfica com 2% da tranche desse negócio, à semelhança do que sucedeu com Garay.


Da nossa parte, “O Esférico” deseja refutar veementemente que tenha recebido qualquer ‘incentivo’ para adjectivar de ‘Super e Tremendamente Esbelto’ o empresário Jorge Mendes antes de cada referência ao seu nome. É absolutamente falso que nos estejamos todos aqui a refastelar num cabaz comprado com os vouchers do Benfica e ‘quinhentinhos’ do Porto. 

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